A palavra ANARQUIA pode harmonizar os que só consideram no sentido derivado, os que só vêem nela um sinônimo de desordem, de lutas violentas sem fim; mas temos nós culpa de não a considerar no seu sentido primitivo, naquele que honestamente lhe dão todos os dicionários: ausência de governo?...
Mas não nos desagrada que essa palavra, reivindicada por nós, tenha o condão de suspender por um momento aqueles que se interessam pelo problema social. No reino da fábula, todos os jardins maravilhosos, todos os palácios encantados são guardados por dragões ferozes.
O dragão que está à entrada do palácio anárquico nada tem de terrível: é uma palavra apenas! Não trataremos, porém, de reter aqueles que à vista dela se deixam tomar pelo pavor; podemos estar certos de que lhes falta a liberdade de espírito necessária para estudar a questão em si mesma.
Fonte:
Anarquismo – Roteiro da libertação social, de edgar leuenroth; editora Mundo Livre; Rio de Janeiro; 1963; p. 30
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