"Alegre-se! Tudo é de todos!"

domingo, 21 de novembro de 2010

quarta-feira, 17 de novembro de 2010


Quinto Olhares: O Diálogo

Todos os nossos olhares são forte crítica ao pensamento ortodoxo de esquerda, mas mais ainda, ao pensamento moderno iluminista.


Dialogar implica no reconhecimento dos outros como atores para a construção de alternativas revolucionárias. O dialogo se coloca dentro de uma visão profundamente democrática interna e externa a todos os envolvidos.


Implica reconhecer que podem existir outras estratégias, implica reconhecer que devem mediar estratégias de consulta e consenso no interior de nossos movimentos e que o diálogo como forma de articulação é um veículo poderoso entre os movimentos para desarticular muitas formas de dominação de maneira radical.


Não desejamos aqui superestimar nossos olhares. Sabemos de suas limitações, e contradições.


Parece-nos, no entanto, que nossa visão traz contribuições ao pensamento crítico que não podemos deixar de lado porque são assinalamentos profundos de uma reconstituição de nossas formas de pensar e construir nosso horizonte utópico.


E como colocamos no principio deste texto e agora este é apenas o inicio de um diálogo que não se pretende fechado, mas que pretende olhar para além do grande edifício do capital.


Ou começamos agora a construção de novas relações ou iremos, em pouco tempo, ver o óbvio:


o capitalismo mata.


Um abraço a todas e todos os companheiros, amigos e comparsas no sonho de um novo mundo libertário.

Ass. Giulius Césari (CAVE)


fonte:

http://www.slideshare.net/coletivocave/4-olhares/download

domingo, 14 de novembro de 2010

Quarto Olhar: UM ritmo do mais lento, para uma mudança mas profunda.


Quando olhamos a eliminação do conceito de vanguarda, essa que dizia que com uma elite preparada e um programa e uma estratégia adequada, nós teríamos, inequivocadamente, a revolução entendemos mais a nossa necessidade da construção de alternativas revolucionarias como um processo.


A imagem de adiar metas que ainda não são realizáveis se derruba frente à idéia de que há de se construir em um ritmo do mais lento.


Eliminando de novo a intenção de impor idéias e estratégias que por muito corretas, por muito avançadas que sejam não podem ser cristalizadas sem o outro, sem os outros, que as devem compartilhar, entender e enriquecer ditas propostas.


Caminhar ao ritmo do mais lento é construir um processo coletivo para caminhar, e não correr deixando ao resto atrás.


Enquanto uma parte da esquerda se nega a reconhecer que não há um só ator da transformação, o pensamento e a ação que propomos é um exemplo entre muitos outros de que nenhum setor tem um papel histórico predeterminado.


E mais ainda, que a classe operária industrial, à que se atribuía um papel protagonista teve posições bem mais conservadoras frente à emergência de novos atores como os povos índios, os trabalhadores desempregados ou os movimentos de mulheres e pelo ambiente.


segue...


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quarta-feira, 10 de novembro de 2010


Terceiro olhar: Uma nova forma de fazer política.


Propomos então um terceiro olhar. A história da esquerda e de nossos movimentos está cheia de tristes exemplos onde os piores vícios do poder dominante foram reproduzidos em nossas organizações, em nossas decisões, em nossas estratégias.


É uma história que separava os meios dos fins.


Se procurássemos um mundo melhor para todos, o socialismo, o comunismo ou a revolução social, isto justificava qualquer meio para se chegar a isso.


Hoje, sabemos que este pensamento pragmático deixou muito que desejar e que cooptações, a corrupção, o sectarismo, o vanguardismo, o setorialismo e o autoritarismo, abalaram a credibilidade e a esperança de todos que viram seus dirigentes revolucionários converterem-se em ditadorezinhos em seus partidos ou em suas organizações.


Que viram enriquecer aqueles que falavam de um mundo igualitário. Que viram reproduzir o poder que tanto se criticava. Os que se diziam dominados, convertendo-se em novos dominadores.


Uma nova ética, fundada em espaços coletivos é condição imprescindível para um novo mundo. Espaços e organizações que possam ser a expressão de uma democracia direta e assemblária onde todos possam ter voz e assim construir o conhecimento e a pratica em uma vivência cotidiana da nossa utopia, em oposição a organizações com muitos membros, mas que na prática costumam ser a voz de um só.


Sem novos movimentos que se desenvolvam, experimentem e atuem dentro de um novo marco ético, um novo mundo se afasta, com o descrédito frente aos nossos olhares.


segue...


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domingo, 7 de novembro de 2010


O Segundo olhar: Não queremos o poder político.


Quando olhamos para a forma como se exerce o poder nos estados modernos uma pergunta surge, será suficiente a tomada do poder político, concebido este como o poder do estado, o poder que alguns consideram como o único e o mais importante?


Nós cremos que não.


Que o poder do estado atualmente é um poder inevitável, sim, mas não é todo o poder. Mais importante do que quem esta no poder é que quem está exercendo o poder, obedeça.


A esquerda construiu uma idéia providencial e heróica da tomada do poder.


O caminho da transformação ou da queda do capitalismo é uma grande odisséia, quase sempre encabeçada por um herói, que se enche de dor e sofrimento no final do caminho, a vitória, isto é, a tomada do poder é a grande chegada, o grande dia, o momento em que se bifurca a história em duas grandes etapas.


Num antes e num depois.


A partir daí, e a partir daí, a história e o homem começavam a mudar. É o que alguns pensadores chamam de estratégia de dois passos: tomar o poder e depois, e só depois, mudar as relações.


A estratégia dos nossos movimentos sociais girava ao redor desta rota. Era uma estratégia, digamos, estadocêntrica.


Mas esta idéia também esta mudando, ainda que siga sendo muito importante. O que propomos é uma mudança nas formas de tomada de decisão com novos e coletivos controles baseados na democracia direta e em conselhos populares.


Concebemos a direção como resultado de um processo coletivo democrático e não como a vanguarda clarificante que deve guiar-nos ao grande dia da transformação. A história está cheia de exemplos de como o estado e sua força não são o único referencial popular e muitas vezes nem o mais importante.


Há outras áreas, "alguma outra coisa" outras formas colegiadas e diretas de vivenciar o poder. Esta não é só uma proposta ética, senão uma proposta que desarticula a lógica do poder tal e como a conhecemos.


Desarticular as regras do poder implica evidentemente em luta acima, contra os senhores do poder e a exploração, mas também abaixo, entre nós, rompendo os esquemas de dominação em nossas famílias, trabalho e escolas; entre homens e mulheres, entre adultos e jovens, entre raças, em nossas organizações e coletivos, em nossas relações cotidianas.


É gerar uma nova relação que permita a construção de um contra poder que decida de baixo para acima, que se auto-governe e determine a si mesmo. Implica construir uma ordem social diferente da atual.


Esta proposta é crítica a toda lógica do sistema em seu conjunto e não só do governo da vez. É uma proposta de desarticulação de todos os mecanismos de dominação e não só uma crítica aos dominadores.


Mandar obedecendo significa vivenciar já este contra poder em nossas relações e não em um futuro longínquo. Implica a democratização cada vez mais profunda do novo poder e o correspondente processo de devolução das funções de decisão usurpadas pelo capital dos trabalhadores.


Não há que tomar o poder, senão construí-lo. Não há que tomar o sistema por assalto, há que desconstruí-lo e nesse processo experimentar, desenhar, sonhar, um novo sistema.


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http://www.slideshare.net/coletivocave/4-olhares/download