Para Bookchin, o capitalismo não somente transformou a sociedade numa entidade regulada pelas leis econômicas e o mercado, como inclusive integrou o proletariado na sua lógica normativa.
As fábricas e oficinas não são mais o espaço clássico da contradição e da conflitualidade que estruturam uma ação colectiva e uma consciência social revolucionária.
O capitalismo com sua racionalidade econômica traduzida num grande aumento da produção e de consumo de mercadorias, respondeu positivamente às reivindicações históricas do proletariado, normalizando-o e instituindo-o como agente da sua estabilidade normativa.
Por isso, o carácter radical das greves e das insurreições que eclodiram no final do século XIX e nas primeiras décadas do século XX desapareceu ou foi objeto de uma profunda descaracterização, nomeadamente em relação aos seus princípios e objetivos revolucionários.
in:
contra capa do livro:
murray bookchin: textos dispersos; edição socius; lisboa - portugal; 1998.
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